Liberdade Vai Cantar
A interrupção do ensaio e a perda de uma cantora nem sempre é algo ruim
O trabalho em entidades socioeducativas requer um pouco mais de sensibilidade aos sinais contidos nas entrelinhas do comportamento do jovem, como alguém mais cabisbaixo, mais falante, ou até mesmo com respostas mais violentas. A educadora Cristiane, muito conhecedora de sua turma, percebeu que uma aluna, Julia, estava mais cansada que o normal e se preocupou com o que ela poderia estar passando. A aluna se sentiu segura para compartilhar e ainda explicou as diversas etapas jurídicas que ela precisa passar cumprindo uma medida socioeducativa.
Em dado momento, Julia foi retirada da sala e a turma ficou instável por um grande momento. Será que foi possível continuar o ensaio depois de tudo o que foi contado? E o que será que aconteceu com a Julia?
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Para refletir
O educador que atua em entidades socioeducativas precisa frequentemente lidar com questões que surgem durante a aula de forma inesperada. Muitas vezes tais questões refletem em cantores desconcentrados, desmotivação ou falta de participação. Um regente/professor deveria ser sensível para lidar com essas situações? Como encontrar um bom equilíbrio entre o fazer musical e planejamento de ensaio e os aspectos socioemocionais dos cantores?
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Renata deveria ter encerrado o ensaio mais cedo ou insistido para cumprir o horário?
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Se Renata não tivesse notado o cansaço de Julia, mudaria algo no ensaio?
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Tais situações são exclusivas de coros de instituições socioeducativas, ou podem acontecer em grupos os mais variados?
Para saber mais
Sensibilidade do educador
SWANWICK, Keith. Música, Mente e Educação. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014. Tradução: Marcell Silva Steuernagel.
Música como construção social
GREEN, Lucy. Pesquisa em Sociologia da Educação Musical. In: V Encontro Anual Da Associação Brasileira De Educação Musical Em Londrina, 5., 1996, Londrina. Londrina: Abem, 1996. p. 25-35.